Os artistas da 16ª edição do Festival InShadow juntaram-se com os Directores Artísticos, Pedro Sena Nunes e Ana Rita Barata, numa conversa sobre a arte, o papel do artista e o processo criativo por trás dos projectos que desenvolvem.
Artistas presentes: Anouk Froidevaux, Laura Bosne, Pedro Saudadhe, Rodrigo Esteves, Sam Asaert, Karitas Lotta Tulinius, Marlene Millar, Sandy Silva, Doria Belanger, Irina Khokhlova, Stephanie Keane, Maja Zimmerlin, Jacob Jayantha, Eirad Ben gal, Csilla Nagy, Paulina Michta, Rui Pimenta, Kinga Kovács, Anna Boekelder.
O encontro teve lugar na livraria Ler Devagar da Casa do Comum e contou com a participação de artistas de diversas áreas e 12 nacionalidades diferentes. Ao todo, foram 19 artistas que estiveram presentes em diferentes momentos da programação do nosso festival. Este encontro permitiu dar voz às diferentes perspectivas provenientes dos seus próprios contextos culturais e pessoais.
A conversa começou com uma reflexão sobre a capacidade que a arte tem de permitir uma reconexão com a natureza e a humanidade. Perante os problemas e desafios que se vivem actualmente, colocou-se em questão o papel que a arte desempenha neste cenário. Concluiu-se que o artista pode actuar como agente de mudança social ou como facilitador de abertura de discussões. Neste sentido, a criação artística tanto pode assumir um papel de denúncia de problemas, como uma meio de escape dos mesmos. Esta reflexão revelou que arte tem o poder de fortalecer a conexão, promover educação e criar comunidades numa sociedade que, cada vez mais, se vê marcada pelo isolamento e pela individualidade.
“Where there’s art, there’s life”
– Eirad Ben gal
Num segundo tópico, o foco recaiu nas formas de concretização da arte. Aqui, o destaque foi dado à multidisciplinaridade e à ligação dos diversos elementos artísticos, como a dança, coreografia, música, corpo e ambiente. De acordo com os artistas, os processos criativos dos seus projectos que trouxeram para o InShadow variaram entre uma semana e anos de desenvolvimento. Percebemos que existem diversas formas de criar, cada uma com as suas particularidades, mas todas com a finalidade de fazer nascer arte.
O encontro concluiu com a ideia de uma “família” de criadores, que, embora nunca se tivessem encontrado antes, criaram uma conexão através da arte. Um momento especial foi proporcionado por Sandy Silva, que nos guiou pelo seu trabalho de interligação entre voz, corpo e movimento.